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VÍDEO: RS tem uma pessoa infectada com coronavírus a cada 769 habitantes

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)

O governo estadual divulgou, nesta quarta-feira, os resultados da pesquisa de testes rápidos aplicados em cidades gaúchas. A segunda etapa da aconteceu no último final de semana. O governador Eduardo Leite (PSDB) também antecipou que mais detalhes sobre o planejamento do distanciamento controlado - a ser adotado pelo Estado - serão divulgados nesta quinta.

Os dados foram apresentados pelo reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal. Os resultados são referentes apenas à segunda etapa, em que foram feitos 4,5 mil testes - 500 em cada uma das nove cidades que recebem o estudo. Os testes apontam a presença ou não de anticorpos, ou seja, se a pessoa teve contato com o coronavírus.

Um dos testes positivos foi em Santa Maria. No caso de teste positivo, as pessoas que convivem na mesma casa também são testadas. Em Santa Maria, mais uma pessoa, que residia com o primeiro testado, teve diagnóstico positivo também.

Foram, ainda, outras três confirmações em Porto Alegre, uma em Pelotas e uma em Caxias do Sul.

A professora de epidemiologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Marinel Mór Dall'Agnol explica que o percentual estimado de infectados ir de 0,05%, na primeira fase, para 0,13% aponta mais que o dobro no aumento da circulação do vírus. Em números absolutos, a projeção foi de 5.650 casos para 15.066.

- Pode parecer uma diferença não significativa por ser uma amostra pequena. Se fosse maior, o aumento também seria - fala.

PROJEÇÃO DE CASOS
A segunda fase estima que haja uma pessoa infectada a cada 769 habitantes do Estado. Na primeira etapa, o dado era de um infectado a casa 2 mil pessoas. Entretanto, conforme Hallal, isso não significa um aumento de casos na mesma proporção, já que as margens de erro se sobrepõem, mas há como observar aumento na velocidade de transmissão.

A estimativa de casos para 1 milhão de habitantes do RS é de 1.300. Todavia, a pesquisa aponta que apenas 108 desses seriam notificados. Outra conclusão desta etapa é que há cerca de 12 casos não notificados para cada notificação no Estado.

LETALIDADE
Pela primeira vez, o estudo apontou uma estimativa para taxa de letalidade. A apresentação levou em conta a estatística com base em casos notificados e em relação aos casos estimados.

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Com referência aos casos notificados, a letalidade é a mesma apresentada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES): 49 mortes entre 1.350 casos, o que representa 3,6%*. Entretanto, com base na estimativa de casos do estudo (15.066 casos), a letalidade seria de 0,33%. Isso significa que a letalidade é menor do que se apresenta. Entretanto, estimativa menor do que é apresentada não garante que seja seguro abandonar totalmente o isolamento.

*Durante a apresentação, foi confirmada mais uma morte pela SES, mas ela não pôde ser contabilizada na taxa apresentada

ISOLAMENTO
A pesquisa também questiona às pessoas testadas como elas aderem ao isolamento social. O estudo mostra que, mesmo com a abertura de atividades comerciais, o distanciamento permanece com bons indicadores Estado. Leite atribuiu o crescimento lento de casos no Estado justamente à aderência ao distanciamento. 

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PRÓXIMAS ETAPAS
As próximas fases estão programadas para 9 a 11 de maio e 23 a 25 de maio. O estudo deve ser estendido a 133 cidades no Brasil em uma etapa nacional. Segundo Hallal, isso iria configurar o estudo como o maior do mundo na projeção de dados sobre coronavírus.


A PESQUISA 
O estudo, encomendado pelo governo do Estado, é coordenado pela UFPel e conta com o apoio da UFSM. Ela é dividida em quatro etapas realizadas, além de Santa Maria, também nas cidades de Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul. Esses municípios representam 31% da população gaúcha.

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Conforme o reitor Pedro Hallal, não há outro estudo similar registrado no mundo. O principal objetivo é acompanhar a população gaúcha e estimar dados como porcentagem de infectados, velocidade de transmissão, percentual de infectados assintomáticos e taxa de letalidade.

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COMO É FEITA A PESQUISA  
Em cada cidade, são sorteados aleatoriamente os domicílios que entram no estudo. Em cada casa, um novo sorteio determina o morador que irá realizar o teste rápido - são casas e moradores diferentes das duas primeiras fases da pesquisa. As pessoas são convidadas a responderem um questionário e realizarem o teste rápido com uma gota de sangue da ponta do dedo.  

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A análise do exame leva em torno de 15 minutos e o teste detecta a presença de anticorpos - defesas produzidas pelo organismo somente depois de sete a dez dias da data de contágio pelo vírus. Dentro desse período, o resultado pode apontar negativo, mesmo que a pessoa tenha contraído o coronavírus. Caso o resultado seja positivo, os participantes recebem um informativo com orientações e, em seguida, são contatados para acompanhamento e suporte da secretaria de saúde local. 

Todos os entrevistadores estarão devidamente identificados e vestidos com equipamentos de proteção individual. 

*Colaborou Leonardo Catto

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